domingo, 28 de setembro de 2014





CIÚME : ATÉ QUE PONTO?




Ciúme e flerte (Haynes King).

Quem nunca sentiu ciúme na vida, que atire a primeira pedra!
Acho que todos nós já tivemos medo de perder alguém, e portanto em algum momento, nos deixamos levar por esse sentimento.
Ter apego a alguém que conquistamos é natural, mas se isso ultrapassar os limites do tolerável e compreensível, comprometendo a convivência, a individualidade, a privacidade do outro, torna-se nocivo .
"Por sua natureza e seus efeitos o ciúme se aproxima da inveja. Porém, entre ciúme e inveja permanecem algumas diferenças. Na inveja sentimos que outros possuem um bem que desejamos para nós, enquanto no ciúme, defendemos um bem que julgamos nosso e que não desejamos ver partilhado com outrem. “(Pierre Charon)
O ciúme já percorreu todo tipo de contexto: Bíblico, mitológico, histórico e quase todas as situações do convívio humano.É igualmente descrito entre os animais mais desenvolvidos como os chimpanzés. Mas já percebi em cães também.
Ele pode estar presente:
- No trabalho, como alguém que esteja incomodado com a promoção que o outro recebeu, o salário maior ou alguma condição melhor que a dele;
-Na família, onde exista rivalidade entre os irmãos, ou mesmo na infância em que os mais novos ameaçam os privilégios dos mais velhos, por aqueles serem mais “protegidos”;
-Nas amizades, quando surgem “intrusos” que possam “roubar” a atenção do amigo, ou até o próprio amigo;
-No amor romântico, onde surge o ciúme por temor à possível infidelidade sexual ou emocional;
 Historicamente o ciúme foi analisado de várias formas e em vários momentos:
-Aristóteles: no século IV a.C., concebia o ciúme como o desejo de se ter o que uma outra pessoa possui. Era originariamente uma palavra boa, e referia-se ao desejo de imitar uma coisa nobre da outra pessoa. Nesta acepção, o filósofo pensava o ciúme em termos de uma nobre ‘inveja’.
- Santo Agostinho, no século IV, ainda fundamentado no legado bíblico do rei Salomão, que no século X a.C. advertia em seu salmo 109: “O amor é forte como a morte, o ciúme é cruel como o túmulo”, concebia o ciúme como algo desfavorável à boa vivência do amor.
- François de La Rochefoucauld, séc XVII, escritor clássico e moralista francês , reconhecia no ciúme uma tendência egocêntrica ao dizer: "No ciúme, há mais amor-próprio do que amor". O autor ainda identificava o amor como substrato para a gênese do ciúme: "O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele".
- Freud, século XIX, Alemanha, o ciúme era concebido como um estado emocional.
- Stendhal, século XIX ,França, o ciúme tinha uma conotação negativa e estava atrelado à vaidade: “O que torna a dor do ciúme tão aguda é que a vaidade não pode ajudar-nos a suportá-la”. Ainda segundo Sthendal, ciúme romântico é um dos grandes males em que há um complexo de emoções, diante da ameaça em perder a exclusividade do parceiro.


 

 ( O parceiro que provoca ciúmes no outro mostra imaturidade e insegurança de sua capacidade de conquistar ou manter o outro, sem usar recursos bobos como esse. É como se ele se sentisse "o tal", a última bolacha do pacote. Quando se gosta de fato, a relação é de tamanha cumplicidade e verdade, que os outros é que ficam com ciúmes do casal.)

Referindo-se ao amor romântico que é a circunstância mais comum, a impressão conceitual que se tem é que em sendo uma emoção complexa, o ciúme pode estar fundamentado num receio real ou fantasioso da existência de um(a) rival(a).
Até hoje alguns o encaram como um sentimento, e outros como uma emoção negativa ou até aversiva. Mas ainda há os que dizem, como insinuou-se no início, que é uma manifestação biológica inata, a fim de garantir um provedor para a prole, no caso do gênero feminino; e a propagação dos genes, e conseqüentemente a perpetuação da espécie, sobretudo para o gênero masculino. Explicação científica, mas pouco prática....
Independente do ciúme ser inato ou aprendido, benéfico ou danoso, ele é fundamentalmente egoísta à medida que seu possuidor se comporte conforme a sua conveniência, tolhendo os direitos da pessoa a ele vinculada.
O que dá uma falsa liberdade ao ciumento é usar o artifício do amor e do altruísmo, como disfarce para ter autoridade em interferir na vida do parceiro. Mas sabemos que o ciumento ama mais a si mesmo do que o outro.


 
 o excesso tira o encanto da relação

Existem diferenças entre homens e mulheres quanto aos motivos que os levam ao ciúme.
Apoiado pela cultura machista, o homem se justifica na traição sexual baseado na desculpa do “impulso testosterônico”. Sabe aquele papo infame?  ”Querida, não significou nada, só transei com a fulana como se fosse "tomar sorvete". Pois é, e chega a virar um herói “pegador” diante dos "amigos", conforme a quantidade de casos e “mal- feitos bem feitos”. Nessa toada, ele será induzido ao ciúme, por pensar que a sua parceira possa ser assediada por tipos como ele, ou até reproduzir o “procedimento” a seu exemplo, mesmo que ela nunca tenha lhe dado motivos para tal receio.
Já as mulheres, se apenas insinuarem algo parecido, mesmo que tenham motivos coerentes (como estarem numa relação ruim, infelizes ou por terem sido traídas), levam a tarja do adultério, além de todos os diminutivos morais e impropérios, segundo a perspectiva dos hipócritas, e falso- moralistas. Tremenda desigualdade.
* Jogar limpo e tentar resolver uma crise de relacionamento, às claras, são sempre as melhores alternativas. A verdade, por pior que seja é libertadora. Traição e mentira são atestados de burrice !
Se não gostar mais, se não está feliz, parta para outra, seja honesto principalmente consigo. Quem trai o parceiro, trai a si mesmo antes de tudo, e cava o próprio buraco. A não ser que a outra parte seja passiva à traição, e viva na hipocrisia. Sem dignidade...sem comentários.
Geralmente os que desconfiam de tudo e de todos, é porque não confiam nem em si próprios, com base no que são capazes de cometer. Aí projetam nos demais, as suas inseguranças em forma de possessividade, truculência, chantagem e tirania.
As mulheres podem ter ciúme por várias razões, principalmente se já tiverem sofrido decepções reais.
* Geralmente, quando elas desconfiam, há fortes motivos. As mulheres conseguem pressentir e sentir o comportamento sintomático do parceiro infiel.
Dizem que o ciúme feminino é pela traição emocional, mas a opinião geral diz que a traição sexual é tão desagradável e dolorosa quanto a afetiva.
Aliás qualquer mentira e enganação é abominável...repúdio total !
Reforçando a idéia inicial, uma dose de ciúme tem cabimento, enquanto se configura em zelo, afeto e cuidado. Mas quando passa a sufocar, cercear, incomodar a liberdade mínima de ir e vir, invadindo a personalidade, moldando as vontades, as atitudes e até os pensamentos do outro(a), passa a ser tóxico, destrutivo, devastador.
As tempestades de suspeitas e falsas acusações são desrespeitosas, inundam o espaço da naturalidade e tornam o relacionamento inviável. Era uma vez o encanto.
Existem maneiras de controlar o ciúme, principalmente se houver respeito, amizade, segurança de si mesmo, e intenção sincera de estar bem com alguém, almejando a felicidade à dois, e não só a pessoal, que visa  interesses próprios.
Valem demais o bom senso, o respeito à individualidade, entendendo que o que precede o sucesso de uma parceria é o direito de exercer o seu EU. Com este Eu, vem todas as necessidades de uma pessoa que precisa ser plena, completa, inteira, antes de ser parte de uma dupla.
Essa história de “metade da laranja” é coisa de faz de conta, não de necessidade legitima. A realidade consta que: um + um = dois !
Moral da história, parafraseando o poeta, devo dizer: “Dê asas a quem você ama, se ele(a) voltar é porque você o(a) conquistou verdadeiramente !
Portanto, caros amigos, a todos a que lhe são impostas chantagem e pressão, comportar-se-ão como batata cozida : aperte-a e ela escapará por entre os dedos....
O que realmente cativa e assegura cumplicidade e lealdade, são: amizade, amor, admiração.
(TEGF)




       O amor dá liberdade para o outro ser feliz.


sábado, 20 de setembro de 2014

VIDAS SUFOCADAS

                                                         




                                 Do artista eslovaco Martin Hudacek : memorial das crianças não nascidas 

                                         "O grito dos inocentes"

  ''Todos os ativistas que defendem o aborto, nasceram e estão vivos'', como disse certa vez Ronald Reagan, em uma de suas falas. Eis um tema inquietante. 

    Seria a decisão do aborto provocado (ou induzido) um sintoma da falta de coragem ou de dignidade, da falta de ética ou de espiritualidade, ou da miséria social que o sistema impõe a tantas mulheres ???

    Quem sou eu para julgar os feitos? O desespero leva as pessoas a cometeram atos impulsivos e impensáveis. Todavia, como profissional da saúde, as minhas convicções e consciência me induzem a discorrer um pouco sobre o assunto.

    No Brasil, em função do risco dos procedimentos clandestinos causando mortes maternas, já existe a lei que garante o atendimento das pacientes via SUS, que necessitam fazer aborto em caso de estupro ou anencefalia. As mulheres em condições econômicas favoráveis conseguem interromper a gravidez com especialista. É um mercado muito lucrativo (apesar de execrável), que gerou o documentário "blood money".

    Nos países de terceiro mundo, o "feticídio" deixaria de ser um problema de saúde pública, se a prevenção começasse com a educação e formação completas, acessíveis a todos desde a idade escolar, complementada com projetos sociais eficazes. Uma sociedade esclarecida e educada tem mais condições de organizar o bem estar do cidadão, e realizar um bom planejamento familiar, neste contexto.

    Além das complicações clínicas possíveis, que inclui o risco de óbito, a maioria das mulheres mentalmente sãs, que se submetem à curetagem abortiva, evoluem com sequelas psicológicas quase eternas, e um vazio na alma. Decidir pelo aborto é uma péssima idéia para a saúde feminina, bem como para o contexto familiar e social. Ele rouba o destino de todos os envolvidos.
    O aborto é um procedimento criminoso, uma forma de holocausto, segundo o Dr. Bernard Nathanson (o rei do aborto), que impediu 75 mil crianças de nascerem. Posteriormente, após o advento da ultrassonografia, ele tornou-se ativista à favor da vida.
    Em se sabendo que a vida começa na fecundação, podemos dizer que abortar é como se você tivesse um filho, com quem conviveu desde o nascimento, e depois de um tempo (6 anos de idade, por exemplo) empunhasse uma arma e atirasse contra ele.
    É concebível moral e\ou judicialmente matar um filho? Vamos refletir?
    O corpo da mulher é coadjuvante da fecundação e receptáculo da incubação. Tanto que bebês podem ser fertilizados "in vitro", e implantados em outro ventre. Portanto, o produto da concepção é um ser com direito a viver, e não parte ou propriedade do corpo feminino.
    Quantas dezenas de milhares de mulheres que sonham e lutam para terem um filho, injustamente não podem gerar, enquanto outras tantas querem se "livrar" ?

Cada aborto gera o choro dos anjos 

    Independentemente de opiniões, tudo o que se colocou aqui é a verdade corroborada por fatos.
    A vida é um valor absoluto. A medida de grandeza do indivíduo vai além da sua funcionalidade e utilitarismo. Mesmo que se torne improdutivo e perca a sua autonomia, o ser humano detém um valor pleno e essencial, por ser reflexo da Criação, de algo infinitamente maior, segundo a percepção filosófico- teológica.

    Vale lembrar diariamente, que existir e viver são bençãos.       Sejamos gratos por isto, inclusive propagando a idéia contra a interrupção de uma vida inocente. Vamos realmente ficar inertes ante a iminente descriminalização do aborto? O STF vai declarar isto sem revelia? Que legado vergonhoso seria!

    Oro (e peço união em corrente) para que o nosso país seja salvo da escuridão moral, social, econômica (dentre outras instâncias) que vem assombrando a vida do brasileiro desde há muito tempo; agora de forma devastadora (ou seria apocalíptica ?). Muitos, inclusive a que vos escreve, estamos à espera de um milagre .

   Finalizo este escrito aos presentes leitores, e aos que defendem a vida, insistindo que ouçam a súplica de um anjo:" Mãe, por favor, deixe eu nascer! ?!?" (TEGF)












            OBS :TEXTO ESCRITO EM 2014, ATUALIZADO EM SETEMBRO DE 2023






sábado, 6 de setembro de 2014





                                                  SEDUZIDOS   
                          
                                        ( dia do sexo (06\09\2014)
           
                  Avance por inteiro
                  Liberdade farta desejo

                  Olhar devasso
                  Lânguido beijo
                  Pele que roça aflita 
                  Corpo em regozijo

                  Aconchego lascivo

                  Sem medo, sem travas
                  Cada qual ao dispor
                  Sem pudor

                  Lindo, quente, faminto
                  Ritual desesperado 
                  Num espaço apertado
                  Pela fome, pela sede, pelo amor 

                  Prisioneiros
                  Do prazer anunciado
                  Carne sôfrega que implora
                  O êxtase das carícias
               
                  Arrebatados pelo clímax
                  Cansaço gostoso, rendidos
                  Se debruçam em paz
                  E num próximo breve momento, um pouco mais...

                     (TEGF)