terça-feira, 15 de novembro de 2016










Soma 

O suspiro repousa
em lacunas aéreas
pacientes

Por ciclos vermelhos
a vida flui
inquieta

Pureza citrina,
outrora rubra,
se extrai 

O centro de tudo
organiza e comanda 
completo

Sistema integrado
afetado, ao piscar
é refeito 

A cada vacilo
a existência ressoa
bombástica

Aviso somático
em brado insiste
...renda-se






(TEGF)





segunda-feira, 26 de setembro de 2016



 
                                    NÃO PEÇO DESCULPA AOS BRONCOS,           
                                          CAVALHEIRISMO É FUNDAMENTAL 


     Fui acostumada assim : homens cavalheiros em casa. Pois é, bem acostumada ou mal acostumada para tempos hodiernos?
     Confesso que é difícil conviver num mundo em que alguns tipos não só passam na sua frente, como quase lhe atropelam.
     Não é porque nós mulheres nos tornamos independentes, que não apreciamos um bom tratamento. Pelo contrário, isso é primordial.
     Outro dia no hospital, cedi a passagem na catraca para um rapaz passar, achando que aconteceria o contrário. Cedi porque ele forçou a própria preferência da vez. Mas deixem pra lá... os brutos não podem ter mais espaço na nossa lembrança do que os educados. Guardemos as boas recordações, como a de um segurança que saiu correndo na minha frente para abrir a porta para mim, com um largo sorriso. Fora outros tantos cavalheiros que merecem a nossa admiração.
     Como eu estava pensando antes de escrever, oferecer o casaco quando está frio, puxar a cadeira, abrir a porta, deixar a mulher, o idoso, a criança passar à frente, servir-se de delicadezas e gentilezas que elevem a mulher e os vulneráveis, ser educado acima de interesses pessoais, respeitar, ser atento, falar na medida certa e baixo, ter atitudes protetoras, tecem uma fina renda chamada cavalheirismo. Essa qualidade especial não se restringe na deferência à presença feminina, mas abrange as atitudes assumidas na vida, no geral, com todas as criaturas.









     Sem dúvida alguma, o homem cavalheiro encanta as mulheres e a todos, porque desde sempre nos apaixonamos pela forma como somos tratadas(os).
     Nem todos os homens conseguem manifestar-se de forma tão especial. Ser cavalheiro é para quem pode, e é uma questão de escolha e educação. Está implícito nas boas formações, e emana de uma essência nobre. Detalhe este que reforça a tese de que a aparência não sobrepuja os atrativos sutis do ser humano, haja vista quantos homens são lindos, porém toscos.
     Esse homem cortês, de quem estamos falando, tem uma alma refinada, um espírito elevado, tanto que vemos exemplos de pessoas simples, com poucos recursos para "capacitação", que agem em conformidade com uma linha principesca, ainda que não tenham tido a escolaridade e os meios necessários para uma formação mais compexa e completa. Isso me lembra um jardineiro que trabalhou para minha família, e que me chamava a atenção pela sua elegância de comportamento, a qual ofuscava o desalinho daquelas roupas sujas de terra. 
     Para alguns, o cavalheirismo tem tons de machismo e de moda antiga, mas julgo isso improcedente. 
     A natureza vestiu a mulher de feminilidade e fragilidade (sem confundir com fraqueza), para acolher a masculinidade protetiva, terna e envolvente, nos momentos certos e necessários, e porque não dizer rotineiros?!? Diante dessa compreensão, não há como negar que o homem (com hombridade) nasceu para ser gentil com a mulher e com os mais frágeis.
    Diga-se de passagem, ser um "gentleman" está sempre em alta e super "na moda".
    Atingir-se-ia um bom equilíbrio do comportamento humano, bem como da interação das massas sociais, se as pessoas tivessem a visão empreendedora de futuro, avante com a tecnologia, e ao mesmo tempo preservassem os valores tradicionais de agir com cavalheirismo...e "damismo" (sim, também se espera um aquilatamento da postura feminina)
    Pode até ser que cavalheirismo também seja uma forma de inteligência dirigida para um determinado fim, mas quem não prefere a sedução neuronal antecedendo a hormonal ? (TEGF)



 
   
   
   
   

sexta-feira, 2 de setembro de 2016



Um artigo que se desdobrou em outras percepções pessoais...

http://flaviogikovate.com.br/sobre-estar-sozinho/´

As relações modernas ampliaram tanto os seus horizontes e as suas versões abertas, que puseram em xeque a noção de comprometimento, a necessidade de cuidar, e até menos o romantismo.
O compromisso descompromissado, que se esboça, é fruto da desconstrução dos relacionamentos tradicionais, aparentemente falidos, em que até posssa existir um envolvimento emocional , mas com limites 'excessivamente' definidos, individualidade, independência e privacidade.
O que se vê são pessoas que vivem sozinhas a dois, segundo as premissas do referido escrito.
Até mesmo a intenção de duração é opcional, e absolutamente rechaçada pelo efêmero e perecível jeito de ser da relação.
Boa parte dos casais, desse modelo, prioriza o compartilhamento das coisas boas, das que não dão trabalho, desobrigando-se a tolerar os viéses da convivência.
Acredito que o equilíbrio é tudo, manter o jeito antigo do amor "grudadinho", sem ser sufocante, mas cúmplice e protetor, e ao mesmo tempo respeitar a individualidade de cada um, porque antes de ser casal, cada um é um ser humano com necessidades próprias que não podem ser ignoradas, pois seria uma farsa abstrai-se da própria originalidade, em detrimento da obrigação pela obrigação matrimonial.
O amor verdadeiro acontece sem dificuldades, sem teorias complicadas, sem esforço, e dentro da ética perfeita e irretocável que dele flui e leva ao bem estar natural.(T)




                                               





terça-feira, 26 de julho de 2016




  Palavras escritas, uma forma a mais de existir...  

    Sou aspirante a escritora, e acredito que escrever seja deixar-se existir no vazio "do papel",  através de palavras e construções fluentes em afeto e inquietação mental, quando outras formas de expressão não conseguiram nos traduzir. Pela escrita, a alma corajosa, transparece quase nua. 
    Escrever transfere a substância de fatos e/ou sentimentos a uma folha, compartilhando ou despertando emoções e experiências em quem lê . (T)

                                 *...porque eu amo escrever ....(25\07\2016, dia do escritor)






sábado, 25 de junho de 2016




Acontece que...


Mentiras da ilusão
Falsa esperança
Adoecem o coração

Verdade encarnada
Na palavra, no momento
Além do pensamento

Tema da vez
Soltar os ânimos
Um, dois e três...

O futuro não existe
O agora persiste
Acontecer insiste

Encarar os medos
Apagar limites
Força vital 

Consideração
Ser essência original
E não reprodução

Assumir os riscos
Acesso ao perigo
Seleção natural

Em frente ao espelho
Defeitos à parte
Pura arte

Ao nascer, já somos
Mas se ainda estamos
Calma, sobreviremos

Mistério apregoado
Sem desespero, espero
Seguir encorajado


(TEGF)

https://youtu.be/Mqv8RTtSfw8




domingo, 12 de junho de 2016





              Amor é liberdade sem pecado...

    O melhor do amor é poder vivenciar, com toda a verdade e intensidade, o que ele nos desperta. Ele tem o poder que nos desarma, e ao mesmo tempo nos dá coragem, tira as travas, supera as dificuldades, os empecilhos, a distância, os problemas.
    Nesse mundo hodierno, louco, em que as pessoas se defendem e se blindam dos sentimentos que possam levar à dor, e onde muitos se lançam à campanhas de relacionamentos por interesse e motivos errados, o amor à principio perde terreno.
    Relacionamentos práticos e lucrativos estão em voga, e é aí que muitos românticos idealistas passam fome.
    Uns se "associam" por carência, outros por conveniência, mas os que se unem no amor são os que alcançam o verdadeiro sentido e razão da vida, mesmo dentro as intempéries a que ele nos submete.
    Como é bom ter alguém com quem expandir o que temos de mais especial, mas principalmente com quem possamos estar à vontade para sermos o que somos, sem preocupações com desempenho ou performance. Porque o que mais dá prazer nesta "coisa à dois" é a sensação de estarmos fortemente conectados.
    É tremenda e única esta sensação de poder compartilhar os ensejos e os impulsos da natureza humana, com quem nos identificamos, porque há coisas que só podem ser vivenciadas e esgotadas em parceria amorosa.
   Feliz dia dos namorados para quem tem e para os que ainda não tem, mas certamente terão, pois a vida nos reserva exatamente aquilo o que nos é devido.
    Se você tem um coração que possa abrigá-lo, dê moradia ao amor, pois é tudo o que precisamos para se ter o resto.
    O amor deve ser homenageado todos os dias, em sendo a força mais poderosa do Universo, e a que governa todas as outras, sem que a Ciência possa explicar.
Um dia abençoado para todos! Shalom!(T)




                                 https://youtu.be/AJtDXIazrMo


                                                    https://youtu.be/pB-5XG-DbAA






domingo, 29 de maio de 2016



                 SEM GRATIDÃO NÃO HÁ SATISFAÇÃO



              

         A insatisfação é de certa forma um combustível para a evolução e o progresso.
         Como tudo tem o seu viés,  ela também pode ser fonte de angústia e inquietação negativa: vide os eternos reclamadores.
         Existe uma tendência amarga de comparar a própria vida com a dos outros que julgamos ser melhor, e de certa forma menosprezar o que temos, que um dia foi sonho (hoje realizado, inclusive com bastante luta).
         Sim, nos acostumamos com a felicidade de tal forma, que ela passa a ser invisível ou um mero adorno da rotina, e logo substituída por uma subsequente insatisfação.
         A vida de ninguém é perfeita, nem mesmo a dos que desfrutam de um contexto aparentemente abastado e "invejável".
         Quando eu paro para apreciar esse belo céu azul, sobre essa natureza linda, fito tal perfeição incansavelmente, e começo a pensar nas pessoas que não enxergam, ou não se movimentam, ou que não tem a autonomia do próprio corpo, nem da própria vida. Finalmente, sorrio com uma alegria inesgotável e contentamento absoluto,  que chegam a se converter em lágrimas, só de pensar que posso comandar o meu corpo, a minha respiração, os meus movimentos, o meu livre arbítrio e a minha vida. E isso se estendendo à quem nos é caro, diria que detemos uma riqueza inesgotável.
        De maneira geral, se uma situação ruim nos desanima, temos que lembrar que podemos até ter um motivo para o descontentamento, mas podemos ter mais de cem para seguirmos essencialmente satisfeitos todos os dias.



         Acredito que a questão seja estratificar as prioridades da vida, e atribuir a devida importância ao que nos torna legitimamente agraciados e supridos. 
        Por um minuto, lancemos o olhar sobre aqueles que nem sabem se terão a próxima refeição, ou se verão novamente o seu filho que está no campo de batalha de uma dessas guerras insanas, que teimam em dizimar a humanidade, ou então num leito de hospital em condição mórbida. 
        Sendo assim, analisando a nossa situação que está distante disso, entendamos que o acolhimento e o reconhecimento dos presentes sutis, e\ou grandiosos da vida, certamente selam a realização do que se espera com tanto desejo ao longo do tempo.
       Uma ótima semana, e que todos possam se sentir satisfeitos em suas empreitadas! (T)
           





segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016





                                 A voz do silêncio

   O silêncio acolhe sentimentos que não podem ser verbalizados, ou de alguma forma exteriorizados.
    O silêncio dá o direito de existência às coisas mais improváveis, espetaculares e absurdas, sem o julgamento categórico e restritivo de pessoas confinadas na incompreensão.
    Ele responde a tantas dúvidas, viabiliza escolhas com sensatez e ponderação, consola com coerência e lucidez, e induz ao autoconhecimento.
    O valor do silêncio se assemelha à pausa musical, pois é quando a música descansa que percebemos o quanto ela nos faz bem - inspirando, purificando, apaziguando, aprazendo e motivando.
    É por isso que ele tanto nos conforta.
Interpretar o rosto, o corpo, as atitudes, o olhar, é mais esclarecedor do que tentar entender a subliminaridade do verbo mal escolhido e mal pronunciado, sem afetar-se.
   Concedo-me, e concedo a quem for, o direito da quietude sem restrição, principalmente quando o que se quer dizer não for melhor do que a ausência das palavras.
   Mas há de se admitir, que seria muito agradável que certas pessoas adivinhassem alguns dos nossos pensamentos, que teimam em ficar calados.
   Boa semana! (T)


                            https://youtu.be/Lx58hXh4pVA