domingo, 18 de dezembro de 2022



                     AS ÁRVORES DO BOSQUE


                               


   Desde quando, e a quem outorgamos o poder de definir estereótipos a serem seguidos? E logo, para quê? 
Ser magro, belo, inteligente, bem-humorado, bem sucedido, abastado, charmoso, carismático, e outros tantos predicados pontuados por um coletivo abstrato, no quesito "sucesso", gera uma embate psicológico quase que permanente. Uma vez que não nos encaixemos nestes moldes, não serviremos para compor o cenário da tão "celebrada" e concorrida sociedade, ou mídia social que seja. 
Por outro lado, penso que desta forma não conseguiríamos legitimar a nossa essência, a nossa verdade, seguir em direção aos nossos propósitos, confirmar quem realmente somos, e a que viemos.
Não vejo sentido em dispensar energia para ser melhor do que os outros, representar um personagem para ser aprovado, em competição permanente, comparando-se em estética, em poder financeiro, em produtividade intelectual, em popularidade midiática, e outras(talvez) futilidades em exagero. Fora o risco da frustração, e dos transtornos emocionais quando nos deparamos com a realidade do outro. 
Cada um é cada um, com missão própria, detentor de talentos especiais e singulares. 
Além do quê, a vaidade de ser "o tal" favorece até um certo ponto, o suficiente para aprimorar a forma primitiva. Contudo, se transbordar, a cascata de problemas despenca ladeira abaixo.
 O ponto alto de um ser espiritual e inteligente (enquanto corpo) deve ser ultrapassar a si mesmo, dia após dia. Aí mora a beleza de se conhecer profundamente, e refinar a própria originalidade com sabedoria. 
Se há uma questão que causa inquietude, e desperta o furor de nadar contra a maré, é sobre em não se encaixando num contexto de normativas retrógradas, ultrapassadas e superficiais, que visivelmente impuseram ao mundo uma crise sem precedentes, porque não dedicar esforços a projetos que melhorem o cunho moral do comportamento humano? 
 Porque não nos convencemos, de uma vez por todas, que para evoluirmos como espécie, e para transpormos os degraus rumo à iluminação, deveríamos agir com espírito de fraternidade, de colaboração mútua? 
O bosque se mantém pelas tantas árvores que nele vivem. Uma árvore solitária não comporta a sobrevivência de um bosque. 
Não é possível considerar-se bem sucedido, enquanto tantos semelhantes padecem pela falta de condições mínimas de dignidade na vida.
Trabalhar um pelo outro seria um enorme crescimento civilizatório da nossa espécie, em tempos de tantas aflições. 
Conciliar forças sempre é mais eficaz no contexto pessoal e coletivo. A soma do empenho de cada um nos levará a mares e lugares nunca dantes navegados, e inimagináveis.
Quem viver verá... (T)

 

                                      QUE A GENTE NUNCA PERCA A VIRTUDE E A VONTADE DE AJUDAR. 
                                     SALVANDO OS DEMAIS, SALVAMOS A NÓS MESMOS ...