É tão simples assim ?

      Perdão é uma palavra forte. Subentende-se um ato de tamanha nobreza, que não faz parte da rotina diária do ser humano, dada a sua dificuldade.

      Não que não seja possível perdoar, mas é necessário entender a beleza do significado disso, para ser capaz de legitimar.

      Na Grécia antiga, traduzia-se a palavra perdão como o cancelamento de uma dívida financeira.

      Mais tarde, o Cristianismo elevou o sentido etmológico  nos discursos das Sagradas Escrituras, como um feito misericordioso, que livraria o homem do pecado.

      Exprimindo um pouco mais, o perdão deve anular, remir o fardo de quem feriu, e libertar a mágoa e a tristeza  de quem foi ferido.

     Enquanto não acontecer, permanece a injúria, e isso contamina o coração,  adoece o corpo e a alma.

     Perdoar não é tolerar a iniquidade, mas desde que haja arrependimento do agressor, vale à pena, é libertador.

     Como muitos confundem perdão com esquecimento, digamos que o tempo ameniza as dores, e tira o foco do sofrimento .Sabemos que toda ferida resulta em cicatriz, e que por mais que essa diminua  sempre continuará presente.

    Quantas vezes na vida machucamo-nos, ativa ou passivamente, e nem por isso somos aniquilados ?

    A vantagem de perdoar, não é só pelo fato de evoluirmos em direção à “luz”, ao Bem, mas também por aumentarmos a capacidade de suportar novas ofensas, sem grandes sequelas, e acumular qualidade humana.

    Fora isso, é importante rasgar a página rasurada, reiniciando ou continuando a sequência de uma história, da qual não podemos fugir, com mais leveza, segurança e discernimento.

    Haverá, constantemente, novas falhas minhas, suas, nossas,vossas, daqueles, de outros, de todos ...em mão dupla.É assim que funciona enquanto o mundo existir.  

   Difícil, é não perdoar.A vida satura-se de entraves em todas as direções.

   Perdoe sempre, para ser perdoado na mesma medida.

  (TEFG)