terça-feira, 2 de dezembro de 2014




   






 HAICAI X 7

 Atrás da porta
 a sobra da sombra
 da saia volante

 Na fresta uma festa 
 de raios e luzes
 deslizam na aresta

Um olho passante
espia assustado
a moça irritante

Menino levado
corre e despenca
assaltou a despensa

A noite cai
a casa descansa
e a porta se tranca

A lua se mostra
um clarão na janela
ilumina o rosto dela

O sol avisa, bom dia!
e coragem 
e boa viagem!



(TEGF)








sábado, 29 de novembro de 2014
























Disseste que sou...

A expectativa, a raiva, o bem querer
O problema, o dilema a resolver
O frio que congela os pensamentos
O calor que arde em sentimentos

Sou o incômodo que te acomoda
Um elo atômico, iônico
Ontem, hoje, por um tempo?
Não sei, somos mais do que um momento

Perdão, não quis isso para nós
Ora remotos, ora imediatos
Lá atrás, a nossa voz
Cingiu-se de um querer atroz

Eu sei, você sabe
No silêncio, na obscura dúvida
Pensaremos no amor perfumado
Ainda não condenado ?

Talvez eu mude de idéia 
Sobre tais sérias bobices
Mas tantas vezes no"eu te amo"
Jamais o amor foi tolice

Sim, foi serio, se ainda é não sei
Teimamos no desapego
Mas a fragrância de nós dois 
Cristalizou-se em segredo

Ainda que dispersos
Na essência já marcados
Somos alvor e pecado
Pela paixão açoitados

A minha alma é grata
Pelo que somos um para o outro
Mas pelo preço a pagar
Esse amor é melhor sufocar


Entre as linhas de um destino audaz
Na presença, ou ausência
Ou numa nova história a contar
É mais que certo, um final feliz haverá


(TEGF)



























domingo, 23 de novembro de 2014





        NÃO SABER É UM SABER DIFERENTE
       (saber ou não saber?)



   














         Eu sei (ou penso que)... às vezes não
       Perguntas transcendem
       Pensamentos em vão
       Vagas repostas acendem
     
       Imagens escuras
       Questões que provocam
       Na distração se deslocam
       Insana procura

       Olhando, não enxergo
       Quem sabe num lampejo
       Descubra o sentido dos versos
       No meu íntimo imersos

        Volvo, revolvo
        Raramente eu deixo
        O que se fala o vento espalha
        E o que fica, se não fica, desconversa

        Um galho se rompe
        Folha que cai, foge no horizonte
        Um dia eu tenho quase certeza
        No outro, dúvida ou franqueza

         Certa vez ouvi de um mestre
        "Não precisa saber de tudo!"
         Nem sempre saber eu busco
         Simplesmente chega num distúrbio

         (TEGF)




     


     
   


quarta-feira, 1 de outubro de 2014




A medicina, antes de tudo, não estabelece mas predispõe à cura, nem sempre garantida.






Praticar Medicina propõe que o profissional dê o melhor de si, dentro dos critérios científicos e preparo técnico. Não é possível prometer um desfecho perfeito no processo dual saúde x doença.
A afirmação hipocrática ”o médico cura”, e ouso questioná-la, é uma expressão não totalmente apropriada, ao meu ver. No fundo, penso que foi elaborada para valorizar a difícil e distinta profissão, dentro de uma árdua responsabilidade.
Curar é um termo que soa “um tanto sobrenatural” do ponto de vista prático e real. Convém ponderar que para que isso ocorra é necessário que existam uma enfermidade, um paciente ( um organismo com potencial de resposta), profissionais preparados, e um conjunto de elementos que ofereçam suporte para o tratamento.
Cada elemento destes deve exercer forças no mesmo sentido, como se fossem vetores, para que a resultante favoreça o paciente debelando a doença .
O “doutor” intervém com um arsenal terapêutico alinhado à cultura científica, visão clínica, e coordenando uma boa equipe multidisciplinar. Essas são as únicas variáveis que o médico consegue gerenciar. Sozinho não tem o poder de cura. Ele pode, sim, interferir na evolução da doença, erradicando-a ou não, nem que seja mitigando a dor e o sofrimento.






Isso vai de encontro às situações em que muitas vezes o próprio profissional sente-se impotente após o insucesso ou à perda, e não raro a sensação de uma "culpa" que não lhe pertence.
Médicos são humanos, portanto não são perfeitos. Óbvio que com um encargo muito mais desafiador e comprometido, em que a razão maior é fazer todo o possível para otimizar a saúde, e controlar o controlável nas enfermidades.
O resultado não pode ser garantido , mas o melhor deve ser oferecido, numa mentalidade de investir até a última gota do que é disponível para resolver o problema .
Basta estar saudável para adoecer, basta estar vivo para morrer, são processos naturais. Nem de longe, quem quer que seja pode atribuir um fardo tão pesado, acusando o médico de uma falha deliberada, quando ela não aconteceu.
Visando uma prestação de serviço humanizado, temos de considerar que não pode ser médico quem não foi paciente, ou não sentiu a dor e o sofrimento físico-emocional. É mistér colocar-se no lugar do enfermo, percebendo suas necessidades, e qualificando pontualmente o atendimento
Um dos fatores que favorece uma certa segurança ao prestador , e conforto para todos na circunstância do tratamento é o apoio da família do doente, bem como compartilhar com ela as responsabilidades, possibilidades e riscos de todo o processo. Atinge-se um ambiente de harmonia entre todos, e sempre os dois lados devem interagir para que tudo conspire à favor do sucesso.
O “doutor” chama-se "fulano de tal", e não JESUS CRISTO que assegura qualquer milagre.
Pela política na Saúde , precisaríamos de melhores condições para toda a sequência de profissionais envolvidos no atendimento à população, em níveis primário, secundário e terciário. Sem a devida composição -hospitais, leitos, especialistas e generalistas disponíveis dignamente tratados, aparatos necessários-não há como oferecer o melhor. São questões fora da alçada do corpo clínico. Seria da competência administrativa .
Sou grata por fazer parte de um respeitável time de profissionais, e interferir positivamente, na medida do possível, à favor do bem estar das pessoas. Minha equipe me ensinou e reforçou as melhores condutas, bem como os valores cardinais para exercer a atividade de forma digna e respeitosa. Os exemplos que vejo em cada um dos meus colegas veteranos me acrescentam e me aprimoram todos os dias.
(Thelma Eliza G. F)









domingo, 28 de setembro de 2014





CIÚME : ATÉ QUE PONTO?




Ciúme e flerte (Haynes King).

Quem nunca sentiu ciúme na vida, que atire a primeira pedra!
Acho que todos nós já tivemos medo de perder alguém, e portanto em algum momento, nos deixamos levar por esse sentimento.
Ter apego a alguém que conquistamos é natural, mas se isso ultrapassar os limites do tolerável e compreensível, comprometendo a convivência, a individualidade, a privacidade do outro, torna-se nocivo .
"Por sua natureza e seus efeitos o ciúme se aproxima da inveja. Porém, entre ciúme e inveja permanecem algumas diferenças. Na inveja sentimos que outros possuem um bem que desejamos para nós, enquanto no ciúme, defendemos um bem que julgamos nosso e que não desejamos ver partilhado com outrem. “(Pierre Charon)
O ciúme já percorreu todo tipo de contexto: Bíblico, mitológico, histórico e quase todas as situações do convívio humano.É igualmente descrito entre os animais mais desenvolvidos como os chimpanzés. Mas já percebi em cães também.
Ele pode estar presente:
- No trabalho, como alguém que esteja incomodado com a promoção que o outro recebeu, o salário maior ou alguma condição melhor que a dele;
-Na família, onde exista rivalidade entre os irmãos, ou mesmo na infância em que os mais novos ameaçam os privilégios dos mais velhos, por aqueles serem mais “protegidos”;
-Nas amizades, quando surgem “intrusos” que possam “roubar” a atenção do amigo, ou até o próprio amigo;
-No amor romântico, onde surge o ciúme por temor à possível infidelidade sexual ou emocional;
 Historicamente o ciúme foi analisado de várias formas e em vários momentos:
-Aristóteles: no século IV a.C., concebia o ciúme como o desejo de se ter o que uma outra pessoa possui. Era originariamente uma palavra boa, e referia-se ao desejo de imitar uma coisa nobre da outra pessoa. Nesta acepção, o filósofo pensava o ciúme em termos de uma nobre ‘inveja’.
- Santo Agostinho, no século IV, ainda fundamentado no legado bíblico do rei Salomão, que no século X a.C. advertia em seu salmo 109: “O amor é forte como a morte, o ciúme é cruel como o túmulo”, concebia o ciúme como algo desfavorável à boa vivência do amor.
- François de La Rochefoucauld, séc XVII, escritor clássico e moralista francês , reconhecia no ciúme uma tendência egocêntrica ao dizer: "No ciúme, há mais amor-próprio do que amor". O autor ainda identificava o amor como substrato para a gênese do ciúme: "O ciúme nasce sempre com o amor, mas nem sempre morre com ele".
- Freud, século XIX, Alemanha, o ciúme era concebido como um estado emocional.
- Stendhal, século XIX ,França, o ciúme tinha uma conotação negativa e estava atrelado à vaidade: “O que torna a dor do ciúme tão aguda é que a vaidade não pode ajudar-nos a suportá-la”. Ainda segundo Sthendal, ciúme romântico é um dos grandes males em que há um complexo de emoções, diante da ameaça em perder a exclusividade do parceiro.


 

 ( O parceiro que provoca ciúmes no outro mostra imaturidade e insegurança de sua capacidade de conquistar ou manter o outro, sem usar recursos bobos como esse. É como se ele se sentisse "o tal", a última bolacha do pacote. Quando se gosta de fato, a relação é de tamanha cumplicidade e verdade, que os outros é que ficam com ciúmes do casal.)

Referindo-se ao amor romântico que é a circunstância mais comum, a impressão conceitual que se tem é que em sendo uma emoção complexa, o ciúme pode estar fundamentado num receio real ou fantasioso da existência de um(a) rival(a).
Até hoje alguns o encaram como um sentimento, e outros como uma emoção negativa ou até aversiva. Mas ainda há os que dizem, como insinuou-se no início, que é uma manifestação biológica inata, a fim de garantir um provedor para a prole, no caso do gênero feminino; e a propagação dos genes, e conseqüentemente a perpetuação da espécie, sobretudo para o gênero masculino. Explicação científica, mas pouco prática....
Independente do ciúme ser inato ou aprendido, benéfico ou danoso, ele é fundamentalmente egoísta à medida que seu possuidor se comporte conforme a sua conveniência, tolhendo os direitos da pessoa a ele vinculada.
O que dá uma falsa liberdade ao ciumento é usar o artifício do amor e do altruísmo, como disfarce para ter autoridade em interferir na vida do parceiro. Mas sabemos que o ciumento ama mais a si mesmo do que o outro.


 
 o excesso tira o encanto da relação

Existem diferenças entre homens e mulheres quanto aos motivos que os levam ao ciúme.
Apoiado pela cultura machista, o homem se justifica na traição sexual baseado na desculpa do “impulso testosterônico”. Sabe aquele papo infame?  ”Querida, não significou nada, só transei com a fulana como se fosse "tomar sorvete". Pois é, e chega a virar um herói “pegador” diante dos "amigos", conforme a quantidade de casos e “mal- feitos bem feitos”. Nessa toada, ele será induzido ao ciúme, por pensar que a sua parceira possa ser assediada por tipos como ele, ou até reproduzir o “procedimento” a seu exemplo, mesmo que ela nunca tenha lhe dado motivos para tal receio.
Já as mulheres, se apenas insinuarem algo parecido, mesmo que tenham motivos coerentes (como estarem numa relação ruim, infelizes ou por terem sido traídas), levam a tarja do adultério, além de todos os diminutivos morais e impropérios, segundo a perspectiva dos hipócritas, e falso- moralistas. Tremenda desigualdade.
* Jogar limpo e tentar resolver uma crise de relacionamento, às claras, são sempre as melhores alternativas. A verdade, por pior que seja é libertadora. Traição e mentira são atestados de burrice !
Se não gostar mais, se não está feliz, parta para outra, seja honesto principalmente consigo. Quem trai o parceiro, trai a si mesmo antes de tudo, e cava o próprio buraco. A não ser que a outra parte seja passiva à traição, e viva na hipocrisia. Sem dignidade...sem comentários.
Geralmente os que desconfiam de tudo e de todos, é porque não confiam nem em si próprios, com base no que são capazes de cometer. Aí projetam nos demais, as suas inseguranças em forma de possessividade, truculência, chantagem e tirania.
As mulheres podem ter ciúme por várias razões, principalmente se já tiverem sofrido decepções reais.
* Geralmente, quando elas desconfiam, há fortes motivos. As mulheres conseguem pressentir e sentir o comportamento sintomático do parceiro infiel.
Dizem que o ciúme feminino é pela traição emocional, mas a opinião geral diz que a traição sexual é tão desagradável e dolorosa quanto a afetiva.
Aliás qualquer mentira e enganação é abominável...repúdio total !
Reforçando a idéia inicial, uma dose de ciúme tem cabimento, enquanto se configura em zelo, afeto e cuidado. Mas quando passa a sufocar, cercear, incomodar a liberdade mínima de ir e vir, invadindo a personalidade, moldando as vontades, as atitudes e até os pensamentos do outro(a), passa a ser tóxico, destrutivo, devastador.
As tempestades de suspeitas e falsas acusações são desrespeitosas, inundam o espaço da naturalidade e tornam o relacionamento inviável. Era uma vez o encanto.
Existem maneiras de controlar o ciúme, principalmente se houver respeito, amizade, segurança de si mesmo, e intenção sincera de estar bem com alguém, almejando a felicidade à dois, e não só a pessoal, que visa  interesses próprios.
Valem demais o bom senso, o respeito à individualidade, entendendo que o que precede o sucesso de uma parceria é o direito de exercer o seu EU. Com este Eu, vem todas as necessidades de uma pessoa que precisa ser plena, completa, inteira, antes de ser parte de uma dupla.
Essa história de “metade da laranja” é coisa de faz de conta, não de necessidade legitima. A realidade consta que: um + um = dois !
Moral da história, parafraseando o poeta, devo dizer: “Dê asas a quem você ama, se ele(a) voltar é porque você o(a) conquistou verdadeiramente !
Portanto, caros amigos, a todos a que lhe são impostas chantagem e pressão, comportar-se-ão como batata cozida : aperte-a e ela escapará por entre os dedos....
O que realmente cativa e assegura cumplicidade e lealdade, são: amizade, amor, admiração.
(TEGF)




       O amor dá liberdade para o outro ser feliz.


sábado, 20 de setembro de 2014

VIDAS SUFOCADAS

                                                         




                                 Do artista eslovaco Martin Hudacek : memorial das crianças não nascidas 

                                         "O grito dos inocentes"

  ''Todos os ativistas que defendem o aborto, nasceram e estão vivos'', como disse certa vez Ronald Reagan, em uma de suas falas. Eis um tema inquietante. 

    Seria a decisão do aborto provocado (ou induzido) um sintoma da falta de coragem ou de dignidade, da falta de ética ou de espiritualidade, ou da miséria social que o sistema impõe a tantas mulheres ???

    Quem sou eu para julgar os feitos? O desespero leva as pessoas a cometeram atos impulsivos e impensáveis. Todavia, como profissional da saúde, as minhas convicções e consciência me induzem a discorrer um pouco sobre o assunto.

    No Brasil, em função do risco dos procedimentos clandestinos causando mortes maternas, já existe a lei que garante o atendimento das pacientes via SUS, que necessitam fazer aborto em caso de estupro ou anencefalia. As mulheres em condições econômicas favoráveis conseguem interromper a gravidez com especialista. É um mercado muito lucrativo (apesar de execrável), que gerou o documentário "blood money".

    Nos países de terceiro mundo, o "feticídio" deixaria de ser um problema de saúde pública, se a prevenção começasse com a educação e formação completas, acessíveis a todos desde a idade escolar, complementada com projetos sociais eficazes. Uma sociedade esclarecida e educada tem mais condições de organizar o bem estar do cidadão, e realizar um bom planejamento familiar, neste contexto.

    Além das complicações clínicas possíveis, que inclui o risco de óbito, a maioria das mulheres mentalmente sãs, que se submetem à curetagem abortiva, evoluem com sequelas psicológicas quase eternas, e um vazio na alma. Decidir pelo aborto é uma péssima idéia para a saúde feminina, bem como para o contexto familiar e social. Ele rouba o destino de todos os envolvidos.
    O aborto é um procedimento criminoso, uma forma de holocausto, segundo o Dr. Bernard Nathanson (o rei do aborto), que impediu 75 mil crianças de nascerem. Posteriormente, após o advento da ultrassonografia, ele tornou-se ativista à favor da vida.
    Em se sabendo que a vida começa na fecundação, podemos dizer que abortar é como se você tivesse um filho, com quem conviveu desde o nascimento, e depois de um tempo (6 anos de idade, por exemplo) empunhasse uma arma e atirasse contra ele.
    É concebível moral e\ou judicialmente matar um filho? Vamos refletir?
    O corpo da mulher é coadjuvante da fecundação e receptáculo da incubação. Tanto que bebês podem ser fertilizados "in vitro", e implantados em outro ventre. Portanto, o produto da concepção é um ser com direito a viver, e não parte ou propriedade do corpo feminino.
    Quantas dezenas de milhares de mulheres que sonham e lutam para terem um filho, injustamente não podem gerar, enquanto outras tantas querem se "livrar" ?

Cada aborto gera o choro dos anjos 

    Independentemente de opiniões, tudo o que se colocou aqui é a verdade corroborada por fatos.
    A vida é um valor absoluto. A medida de grandeza do indivíduo vai além da sua funcionalidade e utilitarismo. Mesmo que se torne improdutivo e perca a sua autonomia, o ser humano detém um valor pleno e essencial, por ser reflexo da Criação, de algo infinitamente maior, segundo a percepção filosófico- teológica.

    Vale lembrar diariamente, que existir e viver são bençãos.       Sejamos gratos por isto, inclusive propagando a idéia contra a interrupção de uma vida inocente. Vamos realmente ficar inertes ante a iminente descriminalização do aborto? O STF vai declarar isto sem revelia? Que legado vergonhoso seria!

    Oro (e peço união em corrente) para que o nosso país seja salvo da escuridão moral, social, econômica (dentre outras instâncias) que vem assombrando a vida do brasileiro desde há muito tempo; agora de forma devastadora (ou seria apocalíptica ?). Muitos, inclusive a que vos escreve, estamos à espera de um milagre .

   Finalizo este escrito aos presentes leitores, e aos que defendem a vida, insistindo que ouçam a súplica de um anjo:" Mãe, por favor, deixe eu nascer! ?!?" (TEGF)












            OBS :TEXTO ESCRITO EM 2014, ATUALIZADO EM SETEMBRO DE 2023






sábado, 6 de setembro de 2014





                                                  SEDUZIDOS   
                          
                                        ( dia do sexo (06\09\2014)
           
                  Avance por inteiro
                  Liberdade farta desejo

                  Olhar devasso
                  Lânguido beijo
                  Pele que roça aflita 
                  Corpo em regozijo

                  Aconchego lascivo

                  Sem medo, sem travas
                  Cada qual ao dispor
                  Sem pudor

                  Lindo, quente, faminto
                  Ritual desesperado 
                  Num espaço apertado
                  Pela fome, pela sede, pelo amor 

                  Prisioneiros
                  Do prazer anunciado
                  Carne sôfrega que implora
                  O êxtase das carícias
               
                  Arrebatados pelo clímax
                  Cansaço gostoso, rendidos
                  Se debruçam em paz
                  E num próximo breve momento, um pouco mais...

                     (TEGF)

              
                 

                 

quinta-feira, 12 de junho de 2014





AUSÊNCIA 
    
Eu aqui, você lá...
Quanta falta da presença
que essa ausência me faz.
"O não estar" me faz lembrar, e 
amar ainda mais, o momento compartilhado,
dividido e multiplicado.
Caricias que a pele vestiu,
 amor que do corpo fluiu.
Chama que a alma acendeu
e permaneceu num incêndio sem fim.
Ausência que faz a presença saudosa,
vultosa, preciosa...religião em mim.
Lembro dos olhos teus, transparentes
no desejo veemente de encontrar os meus.
A tua face na minha, roçando delicada,
até o encontro dos lábios afoitos.
E assim, entre nós, um espaço
inexistente...unoúnicos.
Ir e vir, ciclo que faz da ausência uma presença viva, amada, desejada, ainda que as chegadas se encontrem nas despedidas.
Onde estiveres, DEUS te abençoe, e a nós também.


                                            
                                                
                                     (T)

         
                     



                            A responsabilidade de ser livre



       Raramente se abdica da liberdade, já que é um bem tão precioso.
      Mas ela não é tão bondosa assim...
      Segundo Sartre, ser livre é ter mais responsabilidade do que se imagina.
      A liberdade não é de cunho puramente arbitrário.
      Usufruímos de regras e critérios para julgarmos as nossas escolhas, até mesmo para respondermos por elas.
      O que fizermos "livremente" terá repercussão não só em nossas vidas, mas em todo o meio.
      É preciso não ter medo, e mais do que isso, ter coragem para nos submeter ao preço da completa autonomia. 
      Percebi que os espíritos livres geralmente gozam de mais tempo solitários,  talvez para preventivamente isentarem coadjuvantes da consequência dos seus atos, ou para não se comprometerem em suas loucuras.
      O que vem de nós respinga diametralmente.
      Não obstante, ao contrário de ser livre, pelo auto domínio  e sobre os próprios sentimentos, prefiro a escravidão do amor em sendo deliciosamente desatinado,  tirando a posse sobre si mesmo, em nome dos  desejos compartilháveis que o coração tanto anseia com o objeto amado... 
      Loucura santa... e feliz . (T)



                                                 







quarta-feira, 26 de março de 2014




                 " HERRAR É UMANO "


      Dizer que "errar é humano " não configura uma desculpa, mas esclarece que somos passíveis de vacilar.
    O erro não deve ser punido, mas deve ser encarado como uma lição para que possamos fazer a coisa certa na próxima vez.
    A punição deve recair sobre negligências, descuidos e outras falhas que envolvem a responsabilidade que deveria se fazer presente.
   Os equívocos podem surgir na tentativa de acertar, de melhorar.
   Aprendemos com a correção do erro, pois se a lição viesse dos erros em si, teríamos que viver errando para acertar, e diante dos erros fatais ou terminais, não há uma segunda chance para consertos.
   Os desacertos são benéficos. Podem devolver a prudência e a humildade que se perdem, quando a nossa pretensão torna-se perigosa diante de algumas façanhas que eventualmente realizamos.



   Ninguém deve ocultar os seus erros, mas reconhecê-los prontamente, e repará-los. Assim, eles desaparecem rapidamente, e não ficam envolvidos no erro sobreposto da mentira.
   Assumir as falhas é uma atitude de muita coragem, num mundo onde parece haver apenas ganhadores.
   Não é preciso envergonhar-se dos equívocos, pois rever opiniões, aprender e raciocinar diante das retificações, confere inteligência e sensatez.
   Já que o erro pode vir da tentativa de acertar, ele tem o seu lugar no dia a dia. E nessas tentativas nós buscamos realizar coisas diferentes, usando estratégias diversas, ainda que sem garantia de sucesso. Com isso, na concepção de Clarice Lispector, somos "culpados inocentes".
   Como já disse Einstein :" Tolo é quem espera resultados diferentes fazendo tudo sempre do mesmo jeito." Aí mora a estagnação.
   Lembrando do efeito emocional e social de julgar os erros alheios e\ou negar os próprios erros, recordo Drummond : "Fácil
é julgar as pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.      Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado. É assim que perdemos pessoas especiais."
   Temos que ter a liberdade de experimentar, tentar, aprender, enxergando o lucro das incorreções.
   Obviamente que não devemos cometer duas vezes o mesmo engano. Seria total falta de discernimento e plena insensibilidade moral.
   Bem, como já é sabido e repetido, "atire a primeira pedra quem nunca errou"......sendo assim, ninguém atirou.(TEGF)



domingo, 9 de fevereiro de 2014



                              FALANDO EM SEXO...



O sexo é um quesito fundamental para a saúde e a felicidade.
Pra falar dele tem que ter delicadeza, poesia, uns toques de fisiologia.
Na minha concepção, o sexo é mais do que um prazer genital, mais do que essa tendência equivocada de hoje, ou de sempre, que só visa a luxúria por ela mesma.
Vive-se uma sexualidade vazia , desregrada...uma pena!!!Mas tem gente pra tudo.
O sexo perdeu a graça, virou barganha, deixou de ser prêmio, recompensa de uma sedução, de um ritual de conquista, para ser amostra grátis que acompanha as(os) mais fáceis.






Relacionamento íntimo sem compromisso, que vem deste furor inconsequente que atropela a beleza da sexualidade, é coisa da imaturidade, e de gente sem graça, que tira o agrado do mistério que envolve o sexo.
Para os românticos que ainda tem fé no sentimento e na entrega conjugal, não necessariamente casados no papel, mas no coração, sexo é mais que saciar a carne, é mais que sucumbir aos apelos externos.
É ainda o melhor meio de coroar uma união amorosa, um vínculo de cumplicidade física e emocional. É o caminho mais curto para duas almas serem felizes no amor.
Pelo sexo, estamos presentes para o outro com plenitude sensorial , sentindo e sendo sentida(o), amando e sendo amada(o), com o corpo, com a alma, num silêncio de palavras (ou não), mas numa sinfonia de emoções.
Perde-se o controle, e passamos a ser mais do que somos!
Pelo sexo estamos conscientes de tudo o que "somos e estamos" pelo outro, estamos conscientes e praticantes do amor na íntegra.






Do ponto de vista de saúde, fazer amor tem suas vantagens e benefícios para o organismo, além do prazer físico em si:

-que faz bem ao coração não há dúvidas, mas é claro que indivíduos com problemas cardíacos devem ser cautelosos. A prática sexual neste grupo é liberada em uma condição em que o paciente esteja equilibrado, assintomático e bem compensado com medicações. Pacientes hipertensos, não controlados e que não tem acompanhamento médico, sofrerão com qualquer esforço físico;
-essa desculpa de dor de cabeça não convence mais, porque na prática sexual ocorre liberação de endorfinas que diminuem a sensibilidade à dor.Quem tem enxaqueca tem que “se exercitar mais”;
-o hábito freqüente leva à elevação de estrogênio que fortalece os ossos e previne osteoporose, principalmente em mulheres.Também eleva a testosterona que mantém a massa muscular;
-um estudo ,no Royal College Obstetricians and Gynaecologistsdo Reino Unido, constatou que é tratamento para incontinência urinária devido o fortalecimento da musculatura pélvica;
-melhora as dores(cólicas)de TPM, pois os movimentos sexuais estimulam os órgãos internos e os relaxam;
- melhora o aspecto da pele:um estudo realizado pela Universidade Queens, no Reino Unido, apontou que o orgasmo libera hormônios(estrogênio)ligados ao brilho e à textura da pele\cabelos.Além disso, a vasodilatação e o aumento da temperatura corporal causados pela atividade sexual contribuem para uma pele mais viçosa;
-segundo um estudo escocês publicado na revista Biological Psychology, melhora o stress e colabora para a estabilidade emocional, pois o prazer induz a uma diminuição do cortisol, hormônio de stress;
-melhora a qualidade do sono devido o relaxamento que o orgasmo produz,com a liberação de neurotransmissores que agem por tempo prolongado;
-emagrece, queima cerca de 85-100 calorias ecadaexercíciobásico,mas pode chegar a 500-600 calorias quando mais intenso e elaborado(equivale a uma boa corrida).Agora imaginem este efeito acumulado pela prática regular? Dai a famosa frase que se diz quando o casal volta de lua de mel: “Nossa, como vocês emagreceram ?
-estudo realizado pela Wilkes University (EUA) mostrou que uma vida sexual ativa melhora os níveis de anticorpos e estimula os mecanismos de defesa, o que diminui o risco de ficar doente;
-estudo na Universiddade da Califórnia mostrou que ajuda num melhor envelhecimento, pois a rotina sexual após os 60 anos torna a velhice mais tranqüila.
-sexo faz mal quando feito sem proteção e de forma inconseqüente.Além das doenças sexualmente transmissíveis(HIV,Hepatite B,Uretrites,Gonorréia,Herpes Genital,Cancro mole,Sífilis-Cancro duro,Chlamydia,Trichomonas,Monilíase e outras), pode levar a surpresas com desdobramentos complicados, como uma gravidez fora de contexto.





Fazer amor com responsabilidade é saúde!!!
Muito prazer numa coisa só : é desejo, beijo, abraço, é pele, cheiro, entrelaço, é "amasso"
e... é a prática densa de afeto, na forma mais pura de coerência com a própria natureza.
No final das contas o sexo acaba aliviando as tensões que o próprio amor pode causar, não é mesmo ?
(TEGF)


domingo, 26 de janeiro de 2014


 




        Uma bela flor num jardim de carícias



Beijo, de quantas coisas é feito?
Palavras, sentimentos, pensamentos, emoções, calor, desejo, osculum... tantos elementos que aqui não cabem.
Pode nada custar, mas rende o desejo saciado, a paixão correspondida, o carinho demonstrado.
Beijar muito satisfaz, e com abraço transborda.
Beijo, prelúdio de pouco ou de muito.
Doce, manso, louco, roubado, perdido, sonhado.
Na mãe, no filho, no amigo, no amor.



















Na boca, na face e onde mais possa abençoar.
Sim, o beijo é uma graça, um presente.
De todos os jeitos, pedido ou doado.
Com tantos efeitos, atiça a cobiça de algo mais.
Beijar, corpo e alma, sacramenta o bem querer.
Três beijos no filho, dois beijos no amigo, um beijo no amor
...esse bem demorado, beijo a dois, exclusivo e concentrado.
Por vezes milhões. 
Beijo, linguagem completa e universal. 
No casal, poesia entre duas bocas.
Mata o desejo que todos querem desejar.
E conta muita coisa que não quer se calar.
Por aqui eu fico, e um beijo vos deixo e dedico.
(TEGF)







quinta-feira, 23 de janeiro de 2014





  COMPREENDER, OLHOS SENSÍVEIS
 E CORAÇÃO ABERTO

     A COMPREENSÃO É COMO UM ABRAÇO DE MÃE : TRANQUILIZA E ACOLHE SEM PERGUNTAS OU CONDIÇÕES. ELA DESATA NÓS E DERRUBA ENTRAVES.
     É MAIS FÁCIL APLICÁ-LA QUANDO ENTENDEMOS QUE EXISTEM OUTROS PONTOS DE VISTA, E MUITOS OUTROS MOTIVOS QUE ESTÃO LONGE DOS NOSSOS LIMÍTROFES CAMPOS VISUAIS.
    SE TUDO FOSSE CLARO E ESTAMPADO, SEM O MENOR ENIGMA, OU UM TRAÇO DE MISTÉRIO SEQUER, DIRIA QUE  AS DIFERENÇAS NÃO TERIAM SENTIDO.
    COMPREENDER É UM PRAZER , UMA EMOÇÃO  QUE DISPENSA RISOS, LAMENTOS, ÓDIO OU AMOR, E ATÉ O PRÓPRIO JULGAMENTO. É UMA REAL SATISFAÇÃO, É UMA ESTAÇÃO DE PAZ.
    ALCANÇAR O PORQUÊ “DAQUILO”, OU A RAZÃO DE  ALGUÉM, VAI ALÉM DA CRÍTICA E ENCOSTA NA FÉ DAQUILO O QUE SE CONSEGUE OU SE TENTA ENXERGAR.


   MUITO CONHECIMENTO PÕE EM CHEQUE A CAPACIDADE DE COMPREENDER, PORQUE A CIÊNCIA CONFUNDE O ENTENDIMENTO COM SUA RAZÃO EXCESSIVA, ONDE TUDO TEM QUE SER PALPÁVEL. NEM TUDO REALMENTE PODE SER EXPLICADO.
    COMPREENDER É PRATICAMENTE PERDOAR. É UMA EXPERIÊNCIA DE AMOR QUE PARTE DE UM SENTIMENTO MADURO, CALMO, SERENO, CULTIVADO COM PACIÊNCIA, E QUE COMEÇA DENTRO DE NÓS.
    TUDO O QUE PENSAMOS, FALAMOS E A FORMA DE AGIRMOS, CRIAM UMA CIRCUNSTÂNCIA PESSOAL DE CONVIVÊNCIA COM NÓS MESMOS.


     CULTIVAR ESTA TENDÊNCIA DE OLHAR COM BONS OLHOS O QUE ULTRAPASSA O NOSSO MUNDINHO E CONVENIÊNCIA PESSOAL, É COMO ESTABELECER LAÇOS DE AMIZADE COM NÓS MESMOS, POIS NÃO CRIAMOS EMBATES SOBRE O QUE NÃO ACEITAMOS, PERMITINDO  QUE O MUNDO SE ORGANIZE DIANTE DE NÓS.
    A CONCÓRDIA COMEÇA DENTRO DA GENTE E PROPAGA-SE MUITO ALÉM, E SEM FRONTEIRAS.
    TEMOS QUE COMPREENDER O TANTO QUANTO GOSTARÍAMOS DE SER COMPREENDIDOS, OU TALVEZ MAIS. (T)

   “FELIZ DAQUELE QUE CONSEGUE ENTENDER AS CAUSAS DE TUDO”.(VIRGILIO)...”MESMO QUANDO NÃO HÁ MUITO PARA EXPLICAR” (TEGF).




domingo, 19 de janeiro de 2014





















Presença


Corpo, alma, pensamento
Espaços que ocupas,
sem moderação
o maior, no coração

Presença suave, densa
serena, aturdida
inspirada, esmaecida 
oposta , me amolda 

 

No mistério, no silêncio
um livro a ser lido
um diário escondido
descoberta encoberta

Ela que...
invade, enriquece
cura feridas
a vida incandesce 

Ela que...
faz de um lampejo o sol
da brisa um perfume

da calma o desejo


Presença de ensejo
ao amor ternura
ao amor repleto
ao amor loucura

 

Presença sua
míngua eu queria
sem licença continua
sentença minha

          (TEGF)