domingo, 3 de março de 2013



FERRITINA, PORQUE DOSAR ?







“Em boa parte dos casos com ferritina elevada, o que ocorre é uma mistura hábitos inadequados relacionados à alimentação, bebidas alcoólicas, sedentarismo, obesidade ou doenças de base associadas ou não à herança genética”, diz. Especialistas em medicina esportiva também passaram a avaliar o nível de ferritina nos atletas para evitar o risco de lesões.

Foi o que mostrou um estudo espanhol que analisou 57 jogadores de futebol federados com lesões musculares. Os estudiosos concluíram que a realização de ultrassom e de exames de sangue pode ajudar a predizer o tempo de recuperação dos atletas.

O estudo foi apresentado no 30º Congresso Mundial de Medicina do Esporte, encerrado ontem em Barcelona. As lesões musculares constituem a razão mais frequente de procura de atendimento médico por jogadores de futebol.

“Diante disso, é necessário fazer um diagnóstico clínico e anatomopatológico para que seja possível definir o prognóstico e o período necessário de recuperação”, afirmam os autores da pesquisa, desenvolvida pela Escuela de Medicina del Deporte, em Oviedo.


Abaixo uma entrevista com o hematologista Flávio Naoum,do Instituto Naoum de hematologia de Rio Preto ,que ajuda a esclarecer um pouco mais sobre a importância do exame de ferritina. 
 (PUBLICADA NUM PERIÓDICO DA MÍDIA local)

 O que é ferritina?
 - A ferritina é um exame de sangue que reflete o estoque de ferro no organismo. Assim ela dimiui quando há deficiência de ferro e aumenta quando há excesso de ferro. Mas há que se ter muito cuidado, pois processos inflamatórios e infecciosos também fazem a ferritina aumentar e isso não tem nenhuma relação com o ferro. Assim, nem toda ferritina alta significa necessariamente um excesso de ferro. 


Quais os riscos que isso pode trazer para uma pessoa gestante, por exemplo?

 - Em gestantes, o risco não é diferente do restante da população. O ferro, na medida certa, é necessário para o bom funcionamento do organismo. Por outro lado, o ferro, quando em excesso, se torna tóxico para as nossas células e pode prejudicar o funcionamento de alguns órgãos. O primeiro órgão a ser acometido em geral é o fígado, em seguida as glândulas do organismo, podendo causar por exemplo diabetes. Pode haver ainda impregnação da pele e do coração, entre outros órgãos. 


Qual a origem do problema?

- As principais causas do excesso de ferro são alterações genéticas, em que certas pessoas nascem com tendência a absorver mais ferro que o normal da alimentação, doenças do fígado, incluindo as causadas por hábitos alimentares inadequados e bebidas alcoólicas, tratamentos desnecessários à base de ferro e transfusões sanguíneas em excesso. 

 Qual a relevância dela para o organismo?
 - A ferritina em si não agride o organismo, o problema é que a ferritina muito elevada pode significar que o organismo está enfrentando um excesso de ferro nos órgãos, e isso sim pode ser perigoso para a saúde.
 

 Por que algumas pessoas sofrem de quantidades elevadas?
- A primeira medida a ser tomada quando a ferritina está elevada é definir se o aumento está se dando por conta de excesso de ferro ou inflamação. Atualmente, existem exames de sangue mais específicos que ajudam a diferenciar uma situação da outra. De qualquer forma, é importante que as pessoas evitem fazer o exame da ferritina se estiverem gripadas ou com sinais de inflamação. 


Que tipo de transtornos podem afetar a vida de quem sofre com este mal?
 - É importante lembrar que se o excesso de ferro for discreto ou moderado, os riscos para a saúde são mínimos. O grande problema são os excessos acentuados de ferro no organismo, que se não tratados ou coibidos podem causar após alguns anos insuficiência hepática, risco elevado para câncer hepático, diabetes e outras alterações endócrinas, problemas cardíacos, entre outros.
 

Quais são os níveis ideais?
 - Os níveis máximos da normalidade variam um pouco dependendo do laboratório, mas em 


Quais os sintomas que levam a pessoa a suspeitar de excesso de ferro?
- O excesso de ferro é silencioso e não costuma dar sintomas até que esteja num estágio mais avançado e grave. Por sorte, vários médicos têm incluído o teste da ferritina nos exames de check-up, de forma que praticamente todos os pacientes que descobrem esse problema encontram-se numa fase precoce.   

 Qual a alimentação ideal para quem sofre deste mal?
 - Aproveito para esclarecer esse assunto muitas vezes confuso. Alimentos como fígado e carne vermelha contêm grande quantidade de um tipo de ferro que é absorvido com facilidade e, por isso, se possível, aconselha-se a reduzir o seu consumo. Já alimentos como feijão, beterraba, couve e outras verduras contêm ferro, mas em menor quantidade e com absorção mais difícil, de forma que não se justifica restrição, ainda mais por serem alimentos saudáveis. Também é recomendável reduzir ao máximo a ingestão de bebidas alcoólicas para não agredir o fígado, que é um dos órgãos de estoque do ferro.
 

Qual a relação que existe deste problema com a anemia?
- O excesso de ferro não causa anemia e sim a deficiência desse elemento. Se uma pessoa com excesso de ferro apresentar também anemia, deve-se procurar outra causa para a anemia.
 

Quantas pessoas em média sofrem com isso? É um mal que pode ter consequências graves? Quais?
- A tendência genética ao excesso de ferro pode ser encontrada em 5 a 10% da população, mas nem todos desenvolverão o problema. O fato é que este problema tem se mostrado comum, e em boa parte dos casos com ferritina elevada, o que ocorre é uma mistura de hábitos inadequados relacionados à alimentação, bebidas alcoólicas, sedentarismo, obesidade ou doenças de base associadas ou não à herança genética.

Qual o tratamento para este problema?
- Já foi demonstrado que o tratamento de pessoas com excesso de ferro leve ou moderado não traz benefícios evidentes, podendo até prejudicar em certos aspectos. Assim, recomenda-se o tratamento para o casos com excesso de ferro acentuado ou quando se identifica depósito de grande quantidade de ferro em algum órgão. O tratamento preconizado são as sangrias, que é um procedimento quase idêntico ao de uma doação de sangue, com a diferença de que o sangue não pode ser utilizado. Quando o paciente não tolera as sangrias, por exemplo, quando tem anemia, pode-se utilizar medicamentos quelantes do ferro, que promovem a excreção deste elemento. O problema com estes medicamentos é o seu custo elevado e os seus efeitos colaterais.

***todos os assuntos não pertinentes à nossa especialidade retiramos de fontes médicas de alta credibilidade.

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