terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Muito além de um simples horizonte





                             2019, CONSTELAÇÃO DE HERÓIS E ANJOS


   Com a partida recente de Stan Lee, o editor e presidente da Marvel, fiquei com vontade de escrever algo pensando no tema...
   Eu sempre fui fascinada por super heróis na minha infância (ainda sou), e creio que pelos mesmos motivos que a maioria os admira: salvar a humanidade, defender fracos e oprimidos, extinguir o mal.
    Historicamente, a  espécie humana constantemente se apoiou em heróis e mitos como instrumentos de reflexão, ideologias a serem defendidas e\ou de causas a serem conquistadas.
   Os modelos icônicos, que sempre nos apresentaram, geralmente são bonitos (não necessariamente), super inteligentes, ágeis, velozes, fortes, e com muitos outros talentos que os permitem resolver quase tudo, como num passe de mágica.
    Ah, que mundo fascinante este dos sonhos, fora da sensibilidade real.
    Contudo, há heróis e heroínas na literatura verídica, que nos antecederam e se perpetuam, cujos superpoderes projetaram nada mais do que um ideal, um espirito audacioso, uma mente intrépida, e a própria coragem. Eles se distribuem nas conjunturas mais diversas: protagonistas da História antiga; personagens Bíblicos; paladinos da caridade, da paz e da união entre os povos; mentes criativas- inovadoras das Ciências; precursores de movimentos sociais que fizeram a sociedade evoluir, em suma, pessoas que acolheram para si os interesses de todo o mundo, e deram a própria vida, veiculando lutas por valores fundamentais da humanidade.
    De forma mais casual, sob uma perspectiva menos distante, podemos considerar que heróis e heroínas de verdade são muito mais comuns do que as nossas referências fictícias e bibliográficas possam ter enumerado.
     Sabe aquela mulher que cuida sozinha de uma família, trabalhando dentro e fora de casa, às vezes em dois empregos, para dar dignidade aos seus? Sabe aquela mãe que leva o seu filho com doença grave no colo, enfrentando uma fila absurda de SUS para conseguir uma medicação disponível em número limitado, sem ter a certeza de que vai conseguir fazer um tratamento adequado, e salvá- lo? Sabe aquele filho, aquela filha, que trabalham desde tenra idade para ajudar a mãe e os irmãos, e ainda conseguem estudar, tendo que pegar quatro ônibus por dia para chegar ao seu destino, e chegando em casa ajudam nas tarefas domésticas para poupar a mãe? Sabe aquele paciente que está entre a vida e a morte em uma UTI, cheio de tubos e aparelhos, lutando com todas as forças, sem desistir , por mais uns dias junto aos seus ? Sabe aqueles missionários(as) que largam todo o conforto de suas vidas bem estabelecidas, para cuidar de pessoas carentes e sequeladas pelo abandono, sem receber algo por isto ? Sabe aqueles voluntários(as) de guerra que acolhem e cuidam de crianças órfãs, mulheres violentadas e mutilados? Sabe aqueles professores e professoras que entram numa sala de aula sem a garantia de saírem ilesos de ataques físicos e/ou morais, e ganham um salário aviltante, à favor da nobre missão de informar, formar e educar? Sabe aqueles médicos sem fronteiras que se aventuram em lugares inóspitos e tristes, para doar de si a quem o mundo praticamente esqueceu ? Sabe aqueles médicos que trabalham com carinho e dedicação para atender pacientes carentes, tripudiados e esquecidos por um governo corroído pela corrupção, mas que por humanidade bancam o sistema falido para que a população não fique sem atendimento? Sabe aquele policial que arrisca a sua vida em operações perigosas ou até suicidas, sem saber se voltarão vivos ou inteiros para as suas casas, por uma remuneração indigna ? Sabe aqueles que morreram de morte matada, ou foram boicotados em suas vidas, porque enfrentaram a contramão do sistema capitalista-ganancioso, protegido por uma  elite de "coronéis e empresários" (dispostos a atropelar a ética em prol dos seus lucros), na defesa do meio ambiente, dos animais e do planeta ? 
    Pois é, não dá para enumerar a infinitude de heróis anônimos que realmente existem, e nem fazem questão de serem aclamados, pois o que querem mesmo é servir às suas causas, de todo coração, com eficácia e resultado.
    O que eu desejo para 2019 é uma Liga da Justiça em todo quilômetro quadrado deste planeta, onde haja voluntários de todos os tipos, tanto para as causas mais singelas como para as mais elaboradas.
     Cada um pode desempenhar este papel, pois detém um talento especial, singular, e um propósito neste mundo, que devem ser expandidos à favor de si, de todos e do planeta. Nem é tão difícil assim, é só resgatarmos aqueles delírios secretos da infância sobre termos "poderes", e mantermos sentimentos sagrados e puros de não olharmos apenas para nós, mas ao nosso redor, e tentar interferir para que as coisas sejam benéficas e bem sucedidas em cadeia, em massa.
      Comecemos o dia sendo heróis para nós mesmos, deixando os monstros e medos de lado, projetando idéias favoráveis que mitiguem o desânimo e a descrença própria. À seguir, voltemos a atenção para quem estiver próximo a nós, em nosso lar, em nosso trabalho, em nossos caminhos, compartilhando com eles a nossa força, o nosso ânimo, boa vontade, e se for o caso amparar, assistir, sem pensar em troca, lucro ou retorno. Em fertilizando e cuidando deste solo vizinho, estejamos dispostos a estender a nossa percepção a todos os seres, a todo o planeta, a tudo o que nos rodeia, mantendo vínculos éticos de respeito e preservação, interagindo com harmonia, dentro de princípios ecológicos, pois todos ganhamos com isto, sem exceção. 
     Defender apenas interesses pessoais, a despeito das consequências, só acrescentam valores inconsistentes, efêmeros e superficiais, e um dia "o tiro sai pela culatra".
     Levar o bem estar a outros, humanos e não humanos, e tratar a Natureza com carinho, é multiplicar o nosso próprio, é reorganizar e alimentar o mecanismo da nossa boa saúde, da nossa paz, do nosso equilíbrio. Fazer para os outros, humanos e não humanos, o que gostaríamos que fizessem para nós, é arejar a alma, é engrandecer o espírito, já que este é a real identidade de uma existências que vai muito além do aqui e do agora.
      Que o ano que se inicia venha acrescido de uma evolução cultural, comportamental e afetiva: mudar conceitos e preconceitos, mudar escolhas egoístas, e agir sob a luz do amor, aquele que gostaríamos de receber do Pai Celestial, e que devemos emitir em cada gesto, por mais modesto que seja.
      Adeus 2018, à DEUS 2019! Namastê !!!  (TEGF)

   



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