SOFRER pode ser
A PONTE PARA A FELICIDADE…
A PONTE PARA A FELICIDADE…
- Ao pensar em escrever sobre “sofrimento” já sabia ser este um tema triste. Mas trata-se de um decurso normal da vida, inerente à condição humana, e quase sempre antecedendo alegrias, e bons desdobramentos. É o preço que pagamos por sermos sensíveis.
- O que desejamos expor se faz à luz do senso comum, sem pretensões acadêmicas. Existem contingências e variáveis atreladas a diversas culturas, realidades sociais e pensamentos filosóficos. Provavelmente divergiriam de certas colocações aqui escritas.
Bem, vamos ao ponto: mundo é indiferente ao nosso bem estar.Dores todos temos, mas a duração e o quanto sofrer são individuais. Então, vamos enfrentá-lo e escrever uma história com um bom final, o que só depende de nós.
Conhecemos o sofrimento quando nosso sistema nervoso é atingido por emoções ou situações físicas ruins:dor, enfermidade, desgaste, injúria, conflitos em geral.
Alguns infortúnios, de várias magnitudes, são realidades absurdas, que parecem ser incoerentes e difíceis de suportar. Acabam ferindo o sentido das coisas.
Citando exemplos de mães que perdem seus filhos ( como mulher e mãe, penso que provavelmente seja das piores torturas), não há o que fazer, não há como ressuscitar essas pessoas. Mas muitas mães não se prendem às impossibilidades, não pautam suas vidas na desgraça eterna, e nem se fazem de vítimas. Contudo , renascem por ótimas causas e em motivos que as restauram em boa parte como pessoas.
Reacendem o sentido da vida em movimentos solidários que possam ajudar outras mães e pais com os corações machucados. São mulheres que ensinam e plantam as sementes de um mundo novo.
Num patamar também de grande sofrimento estão as guerras, as famílias desfeitas, separação conjugal, a fome, as doenças e epidemias que assolam as populações marginalizadas, sem os benefícios e direitos de uma sociedade justa.
A forma de gerenciar o sofrimento e decidir como ele vai afetar a vida de cada um, em algumas circunstâncias, é que vai torná-lo mais ou menos devastador.
Em medicina, o sofrimento, objetivamente, é o motivo maior da profissão existir . Ela tem a intenção de torná-lo menor, e em grande parte das vezes resolvê-lo, com medidas alopáticas e até alternativas.
Particularmente, na atividade médica, não consigo abordar apenas a dor física sem entender e amenizar suas conseqüências psicológicas e emocionais. Seria desumano e impróprio.
O médico deve colocar-se no lugar do paciente para administrar um tratamento ideal em todos os aspectos, e sentir-se privilegiado por ser um canal de esperança e resolução.
Uma das nossas canções autorais (GHB)
Uma das nossas canções autorais (GHB)
Historicamente percebemos que quase sempre as aflições antecedem a glória, a felicidade,as realizações ,desde que a ternura, a fé e a confiança não sejam perdidas nos embates da vida.
Já perceberam como o sofrer nos torna mais sensíveis ,solidários,misericordiosos? (exceto os mentalmente obtusos ou com corações petrificados). E como não bastasse, isso aproxima os corações e coloca-nos em nossos devidos lugares como elementos finitos e iguais deste universo infinito.As ações mútuas e fraternas suavizam o fardo individual e coletivo.
Após refletir sobre o tema, decidi escrever, porque me convenci de que existe o “lado bom de sofrer”.O resultado dessas travessias difíceis,com força , coragem e serenidade, pode compensar o lado triste.
Já disse o poeta: “Não há mal que dure para sempre.Tudo é temporário, efêmero. Nunca somos, sempre estamos!”…portanto vamos caminhar e venha o que vier!
Por:
Thelma Eliza Ferreira Gregori